25 março 2017

Rio Grande do Norte é o estado do Brasil mais afetado pela seca

O Nordeste entra no seu sexto ano de seca em 2017. No Rio Grande do Norte, até caíram algumas chuvas nas últimas semanas, mas a situação segue crítica. Na verdade, o RN é o estado brasileiro que mais sofre com a estiagem prolongada. Por aqui, 154 dos 167 municípios estão em situação emergencial em virtude da estiagem, número que representa 92% das cidades. Os dados são do último relatório da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, datado de 17 de março. Depois do RN, a Paraíba é o estado mais afetado, com 198 dos seus municípios (88,7%) em estado de emergência reconhecido pelo governo federal.
Ao todo, 872 cidades brasileiras sofrem de alguma forma com a longa seca e são reconhecidas pelo governo federal. A maioria delas estão concentradas no Nordeste. Com 140 de seus entes municipais em situação de emergência pela estiagem, o Ceará completa o pódio das unidades da federação mais atingidas pela escassez de chuvas.
No RN, o reconhecimento do quadro extremo nas 154 cidades foi feito por parte do Ministério em 22 de setembro de 2016. Com prazo de seis meses, a vigência teve sua validade expirada ontem. Ao todo, de acordo com a Sedec, além do Distrito Federal, 12 estados brasileiros têm cidades com dificuldades pela estiagem: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Sergipe, mais Paraíba, Ceará e RN.
No que compete à Companhia de Águas e Esgotos do RN, o órgão responsável pela distribuição da água de 153 municípios do estado, afirma que 76 deles passam por rodízio em seu abastecimento, incluindo parte de Natal. Outros 18 estão em colapso, o que quer dizer que a população não está com água nas torneiras de suas casas. Dessas cidades em situação crítica, 14 delas são do Alto Oeste e quatro do Seridó.
Quanto ao quadro crítico constatado pelo Ministério da Integração e pelo seu relatório local, a Caern confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que, mesmo que o cenário não tenha mudado tanto, as chuvas que caíram recentemente no estado podem ter tirado alguns municípios da emergência ou colapso. No entando, o órgão ponderou que ainda não possuía a lista com os municípios que teriam melhorado seus quadros.
O Instituto de Gestão de Águas do RN (Igarn) também destaca as chuvas e garante que elas não trouxeram um grande resultado. As precipitações foram suficientes para recuperar alguns pequenos mananciais, amenizar a situação em grandes reservatórios, e trazer esperança de dias melhores para o sertanejo.
Contudo, a situação ainda é crítica e o alerta se mantém dentro da equipe de administração dos recursos hídricos potiguar, formada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), a Caern e o Igarn.
"Estamos com uma situação ainda crítica. As chuvas ocorreram e vem ocorrendo, mas não tiveram força para mudar o quadro crítico daqueles mananciais maiores, acima de 5 milhões de metros cúbicos que monotoramos. Evidente que essas chuvas melhoraram bastante a situação dos reservatórios menores, que geralmente estão em comunidades rurais, e isso deverá melhorar o quadro nessas áreas", afirmou o diretor presidente do Igarn, Josivan Cardoso.
Dos grandes reservatórios – com mais de 5 milhões de metros cúbicos de capacidade – monitorados pelo Igarn, alguns apresentaram resultados positivos após as precipitações, mesmo que ainda não tenha sido suficiente para resolver o problema hídrico.
É o caso do Açude Beldroega, em Paraú, e do Açude Pataxó, em Ipanguaçu, que chegaram a sangrar, e até a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, que recebeu um volume de água significativo. "Na região do Seridó tivemos uma quantidade boa de água, como em São João do Sabugi; dois açudes receberam mais de seis milhões de metros cúbicos de água", disse Cardoso. "Isso mostra que estamos tendo uma recuperação dos açudes, mas vale ressaltar que estamos atentos. O Governo do Estado está em alerta, tentando fazer com que a água que temos perdure por mais tempo nos reservatórios, servindo a sociedade minimamente para manter o sistema funcionando", ressaltou o diretor do Igarn.
Ele afirma que, para tentar conter a crise, o órgão desenvolve ações de fiscalização e de regulação de uso das águas, mas chama a atenção para o fato de que a sociedade, juntamente com o Estado, deve cooperar com o uso consciente da água.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA FEMURN

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